Sustentável

Como tornar uma edificação energeticamente sustentável?

Quando falamos em edificações com eficiência energética e ambientalmente sustentável, não podemos deixar de considerar a dualidade hídrico energética, pois há uma sinergia, conservação e uso consciente, entre a água e a energia, mesmo porque o ambiente construído tem uma relação direta com o consumo de energia.

Mas, o conceito de Eficiência Energética não é tão recente. Ele traz sua origem no conceito vitruviano ou no Triângulo de Vitrúvio inserindo a eficiência energética nos três pilares: firmitas, utilitas y venustas.
Só para deixar claro, consumo de energia ou de recurso hídrico não é sinônimo de aquecimento econômico ou de qualidade de vida.

Da captação da água, desde um manancial, até a sua saída na torneira há consumo de energia.
Segundo dados da SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, uma torneira pingando lentamente, ou seja, até 40 gotas/min, tem uma perda estimada de 10 litros/dia. Com todo este desperdício, conforme a ONU – Organização das Nações Unidas, de uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável. Já a ANA – Agencia Nacional de Águas comenta que um bilhão de pessoas não têm acesso a água potável no mundo, por viverem em regiões secas ou pelo fato dos rios estarem poluídos. Como consequência, 1,8 milhão de crianças morrem, no mundo, em decorrência de problemas como diarreia e outras doenças provocadas por água suja e más condições de saneamento.
Quanto a energia elétrica, o reajuste, conforme autorização da Aneel, em julho de 2020, teve aumento médio de 4,23%. Se não fosse a pandemia este reajuste seria maior.

Nosso primeiro pensamento é evitar o excesso e reduzir o consumo. Seria, mais ou menos, viver no escuro e ficar sem água. Mas, será que isso é suficiente?
Além dos referenciais normativos pertinentes ao assunto é importante considerar a carta bioclimática do local da edificação, bem como os programas de simulação computacional de desempenho termo energético que permitem uma análise mais real do comportamento dos sistemas construtivos e das tecnologias que serão adotadas na construção.

O momento é de apostar alto nas energias limpas ou energias renováveis, como: fotovoltaica, eólica, energia térmica. E porque não usar e abusar do zoneamento bioclimático brasileiro, tirando partido da ventilação e da iluminação natural, que tem custo zero? E as águas pluviais, porque não utiliza-la? Seu reaproveitamento para fins não potáveis, como: regra de áreas externas, jardins, lavagem de pátios ou mesmo o seu uso nos vasos sanitários adaptado num sistema de reuso traz economia e a pratica de um consumo mais eficiente e consciente.

Alguns itens que podemos explorar numa casa ou um edifício sustentável:
1. Captação e tratamento da água pluviais;
2. Madeira reflorestada ou de demolição;
3. Coletor solar para aquecimento de água;
4. Painel fotovoltaico;
6. Reaproveitamento, caso seja gerado, dos resíduos;
7. Construção a seco;
8. Sistema de Automação inteligente…

E muito mais! No entanto, tudo isso deve ser rigorosamente avaliado para verificar a viabilidade técnica e econômica e o emprego da tecnologia correta.

Precisamos repensar nossas atitudes e redesenhar nossos hábitos.